Coimbra Sem Discriminação
Manifesto da Marcha de Luta Contra a Bifobia, Homofobia, Intersexofobia, Lesbofobia, Polifobia e Transfobia
O dia 17 de Maio é, já, um símbolo de luta pela conquista dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexos. É também um dia de denúncia e combate à homofobia, transfobia e a todas a formas de discriminação que persistem na nossa sociedade e que impossibilitam o reconhecimento pleno dos nossos direitos.
A 17 de Maio de 1990 a Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais. Hoje, lutamos pela despatologização da transexualidade, categorizada como "transtorno da identidade de género", tida como doença mental pela Classificação Internacional de Doenças. Esta classificação, ao patologizar os corpos que não apresentam uma conformidade entre sexo e género culturalmente expectável, veicula e reforça a discriminação de que são alvo pessoas com uma identidade de género não hegemónica. Opomo-nos à imposição de uma avaliação psiquiátrica obrigatória às pessoas transexuais, fundada no não reconhecimento da sua autodeterminação. Reivindicamos o acesso das pessoas transexuais a um serviço de saúde público e de qualidade, à margem de imperativos político-económicos, burocráticos ou médicos e atento às suas especificidades. Recusamos um sistema binário de género que impõe intervenções cirúrgicas precoces a crianças intersexo.
A 17 de Maio de 2010 aprovou-se, em Portugal, o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Hoje, lutamos ainda pelo reconhecimento da homoparentaliade como o direito a constituir família que, inconstitucionalmente, nos continua a ser vedado. Queremos ver assegurado o direito a sermos pais e mães, seja através da possibilidade de adopção ou da reprodução medicamente assistida. Reclamamos a garantia da não discriminação com base na orientação sexual e na identidade de género e exigimos o reconhecimento da diversidade familiar.
Lutamos por uma mudança efectiva que aniquile a discriminação estrutural que perpetua e legitima determinadas relações de poder. Lutamos ainda por uma sociedade justa e igualitária que derrube a discriminação racial, religiosa, de classe, por deficiência, de nacionalidade, de género, de orientação sexual e relacional, entre muitas outras.
Basta de repressão e basta de perseguição aos homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais, transgéneros, intersexos, poliamorosos e outros modos de expressão do género e da sexualidade.
Não aceitamos concessões nem direitos pela metade; exigimos o reconhecimento pleno da nossa cidadania íntima e sexual.
Encaramos a intervenção no espaço público como uma forma de lutar pela mudança de mentalidades e reivindicar as liberdades de todos e de todas.
Assim, em Coimbra, saímos à rua a 17 de Maio para romper o silêncio e combater a vergonha.
Por isso apelamos à participação na Marcha com todas as pessoas que, independentemente da sua orientação sexual e identidade de género, acreditam que esta é uma luta pela justiça sexual e pelos direitos humanos.
EM COIMBRA, A 17 DE MAIO DE 2012, VOLTAMOS A GRITAR:
Contra a vergonha, gritamos: REVELA-te!
Contra a normalização, gritamos: QUEERiza-te!
Contra os rótulos, gritamos: TransFORMA-TE!
Programa:
17h00 Concentração (Jardim do Mosteiro Santa Clara-a-Velha) 17h30 Saída (pela ponte de Santa Clara em direção à Portagem)
18h30 Leitura de Manifesto e Beijaço I (Rua Ferreira Borges)
19h30 Chegada e Beijaço II (Praça da República)
20h00 Arraial no Jardim da Sereia 23h Festa Fora do Armário, com show de transformismo (Pop Fresh)
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